O impacto de Aristides de Aquino como profissional e como pai é caracterizado por uma mistura de proficiência, comprometimento, perseverança e carinho. Seus filhos herdaram não apenas um nome, mas também uma coleção de princípios e modelos. A influência de Aristides é evidente na conduta, na ética de trabalho e na resiliência demonstradas pelos seus descendentes ao enfrentarem as provações da vida, garantindo que o espírito e os ensinamentos do seu patriarca perduram.
Inspirando-se em São Tomás de Aquino, a decisão de adotar o sobrenome Aquino significa um vínculo profundo com a fé e a espiritualidade. Sem dúvida, esta devoção desempenhou um papel fundamental na formação do desenvolvimento moral e ético dos seus filhos, estabelecendo uma base sólida de princípios e promovendo um sentido de unidade dentro da família. Aristides de Aquino, como profissional e pai, deixou um legado indelével, impactando profundamente a educação e os valores incutidos nos seus filhos.
Aristides dedicou parte significativa de sua vida à Rede Ferroviária, cumprindo a função de guarda-fios. Esta posição específica desempenhou um papel vital na preservação da integridade das linhas telegráficas e telefónicas, que foram de extrema importância numa época em que a tecnologia ainda estava na sua fase inicial. O excepcional nível de responsabilidade e proficiência demonstrado por Aristides no desempenho das suas funções serve como um exemplo brilhante de dedicação e profissionalismo inabaláveis.
A capacidade de Aristides de se ajustar e enfrentar diversas situações e obstáculos é exemplificada pela escolha de residir em um vagão conectado a um trem, garantindo movimento constante ao lado de sua família. Apesar dos desafios, este modo de vida nômade mostra a sua adaptabilidade e a sua disponibilidade para fazer sacrifícios em prol do bem-estar da sua família e das suas obrigações profissionais.
Aristides e sua esposa, Dona Puruca, criaram com sucesso um total de quatorze filhos (dois dos quais morreram na infância) e até ampliaram a família adotando um. Eles não apenas proporcionaram um lar amoroso para seus filhos, mas também incutiram neles uma base sólida de valores. A vida itinerante que levaram, deslocando-se de cidade em cidade, proporcionou, sem dúvida, aos seus filhos uma educação única e diversificada, mergulhando-os em diversas culturas e expondo-os a diferentes perspectivas de vida.
A influência da dedicação inabalável de Aristides ao seu trabalho e do seu papel como pai atencioso teve um efeito profundo e duradouro nos seus filhos. Eles colheram lições valiosas sobre a importância da diligência, da responsabilidade e da resiliência. Esses princípios são fundamentais para formar indivíduos que sejam firmes na busca de aspirações pessoais e no cumprimento de responsabilidades.
Aristides não só tinha uma forte ética de trabalho, mas também encontrava alegria no futebol e na música. Esta mistura harmoniosa de trabalho e lazer provavelmente incutiu nas crianças o valor de perseguir paixões pessoais e de abraçar as alegrias da vida fora do trabalho. Além disso, o seu humor contagiante e o seu bigode distinto serviam como símbolos exteriores da sua personalidade viva, o que sem dúvida fomentava uma atmosfera calorosa e convidativa no seio da sua família.
ORIGEM DA FAMÍLIA AQUINO
No arraial mineiro do Morro de Matheus Leme, hoje cidade de Mateus Leme, no ano de 1912 nascia Aristides de Aquino – patriarca da Família Aquino. Funcionário da Rede Ferroviária por vários anos, exerceu a função de guarda-fios (profissional que fiscalizava a linha telegráfica ou telefônica; que trabalhava nas montagens de postes de madeira que eram colocados os fios e efetuando reparos de emergências quando necessário). O guarda-fios casou em 27 de janeiro de 1940 com Maria Nazaré Castanheira (Dona Puruca) e juntos percorreram trabalhando e residindo em várias cidades de minas gerais, tendo como moradia um carro-vagão que era engatado a um trem.
Desta união alguns filhos nasceram em distintas cidades mineiras – José Maria de Aquino, nascido em Passa Quatro, Maria Aparecida de Aquino, nascida em Alfenas, Leonardo Custódio de Aquino, nascido em Araxá, Lucília Castanheira de Aquino, nascida em Belo Horizonte, Luiz Gonzaga de Aquino, Geraldo Benedito de Aquino, Maria Lúcia de Aquino, Maria de Fátima de Aquino, Aristides Antônio de Aquino, Natália de Aquino, Maria Márcia de Aquino e Maria Angélica de Aquino nascidos em Itaúna. Uma criança foi adotada pelo casal, Weber de Oliveira, nascido também em Itaúna.
No ano de 1936, o presidente Getúlio Vargas, assinava a Lei de número 252 de 26 de setembro, que prorrogava o prazo para o registro civil de nascimentos: Art. 1º Os nascimentos ocorridos no território nacional desde 1 de janeiro de 1879, que não foram registrados no tempo próprio, devem ser levados a registro dentro do prazo de um ano, mediante: 1º Petição e despacho do juiz do cível do lugar do nascimento se o registrando tiver doze anos de idade, ou mais.
Aos 19 de outubro do ano de 1937, Aristides com idade de 25 anos, compareceu ao Cartório de Mateus Leme com a presença de testemunhas, exibindo uma petição despachada pelo Juiz de Direito para registrar o seu nascimento em virtude da Lei de 1936 e declarou:
Que ele declarante ARISTIDES DE AQUINO, do sexo masculino, de cor morena, nasceu neste arraial, à rua do cemitério, no dia sete de março de mil novecentos e doze, às dezesseis horas, que é filho de JOÃO CAMILLO DA SILVA, brasileiro, já falecido e de dona MARIA ADRIANA DA SILVA, brasileira, ambos naturais deste distrito, (…), que são seus avós: pelo lado paterno CAMILLO MOREIRA DA SILVA E MARIA LUCAS DA SILVA, ambos já falecidos e pelo lado materno FRANCISCA MARIA DE JESUS, já falecida; finalmente que não tem outros irmãos com o mesmo prenome. Do que faço constar, faço este termo em que comigo assinaram o declarante e as testemunhas MANOEL BRAZ OBELHEIRO, comerciante e JOSÉ MENDES, padeiro, residentes neste distrito, depois de ser lido por mim e achado tudo conforme. Eu Francisco de Abreu Vasconcellos, oficial do Registro, o escrevi e assino. O referido é verdade, do que dou fé, Mateus Leme – MG, 1937.
Além de exercer com competência e amor sua profissão de guarda-fios, Tico – Tico, assim chamado pelos seus amigos e familiares, Aristides de Aquino, apreciava o futebol e uma boa música. Sempre acompanhando de seu charmoso e inseparável Moustache (bigode) tinha como aliado, um senso de humor apurado, esse cultivado até hoje pelos seus descendentes. Sua casa em Itaúna, era situada à rua Santo Agostinho, nº 67 – Graças.
Verificando a documentação no cartório da cidade de Mateus Leme, percebi que o sobrenome AQUINO teria sido escolhido pelo próprio declarante Aristides, cujo seus pais não possuíam. Descobriu-se também, uma interessante informação sobre o monge dominicano, professor filósofo e teólogo São Tomás de Aquino (morreu em 7 de março de 1274) e Aristides de Aquino (nasceu em 7 de março de 1912), que ambos tinham o mesmo dia e mês em comum. Conversando com familiares, fui informado que meu avô Aristides de Aquino era devoto do monge, no qual, certamente em sua homenagem, adotou o seu sobrenome dando origem a família AQUINO.
Charles Aquino - neto
06/06/2024
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